segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A Adolescência no Cinema e Minha Triste Descoberta em Stranger Things.


Olá meus queridos dramáticos!
Ao assistir Stranger Things acabei por chegar a uma conclusão terrível.
Quando eu era pequena sonhava em logo fazer dez anos, porque pelos filmes que eu via era com dez anos que a sua vida começava, com dez anos você vivia grandes aventuras, ou seja, ter dez anos era o máximo! Bom eu fiz dez anos depois 11, 12, 13, 14, 15 e finalmente 16 que é a idade com a qual eu vi Stranger Things.
E por que eu cheguei a uma conclusão terrível? Porque os protagonistas da série assim como os protagonistas dos meus filmes favoritos de infância – ET, Goonies, etc. – tinham entre onze e doze anos, enquanto os irmãos mais velhos, chatos, irritantes que só servem para atrapalhar as crianças que são as verdadeiras heroínas tem entre quinze e dezesseis, entenderam agora meu sofrimento? Eu passei de protagonista para irmã mais velha chata!
Porém ao decorrer da série fui me sentindo melhor, pois a Nancy – irmã mais velha do protagonista Mike – vai ganhando cada vez mais destaque e tem inclusive seu arco próprio ao sair sozinha com o irmão do desaparecido Will atrás do garoto e de sua amiga também desaparecida Barb. Apesar de que é claro que a inserção de uma aventura própria de Nancy foi para termos mais um casal, além de Mike e El, que fosse um pouquinho mais velho, o que me leva a crer que ao decorrer das temporadas não veremos apenas o crescimento das crianças mas também dos adolescente, provavelmente veremos Nancy e Jonathan irem para a faculdade, estabelecerem um relacionamento e etc.
Mas voltando ao tema inicial o que realmente me preocupa é o fato e todos os adolescentes de filmes serem retratados de maneira escrota como eu disse lotado de estereótipos, como o Nerd, a Líder de Torcida, o Atleta.
Tirando algumas poucas exceções como Harry Potter e Jogos Vorazes creio que o único diretor que conseguiu captar exatamente a essência do que é ser adolescente foi o falecido John Hughes que durante os anos 1980 fez filmes emblemáticos como Clube dos 5, Gatinhas e Gatões, A Garota de Rosa Shocking e o inesquecível Curtindo a Vida Adoidado. Todos eles apesar de alguns exageros retratam exatamente o que é ser adolescente, a sensação de que você é marcado na escola no instante que chega como alguma coisa que você até aceita na hora mas sabe no fundo que é muito mais que aquilo , isso fica ainda mais claro no monólogo final de O Clube dos Cinco:
Caro senhor Vernon,
Aceitamos o fato de que nós tivemos que sacrificar um sábado inteiro na detenção pelo que fizemos de errado... Mas acho que está louco por nos fazer escrever um redação dizendo o que pensamos de nós mesmos.
Você realmente se importa?
Você nos enxerga como deseja enxergar. Em termos mais simples e com definições mais convenientes.
Um cérebro...
Um atleta...
Um caso perdido...
Uma princesa...
Um marginal...
Certo?
É assim que nos vemos às 07h00m da manhã de hoje. Estamos confusos!
- B
E é assim que todos nos vêem não é? Você por acaso não é rotulado com algum dos estereótipos acima? Por acaso você é o cérebro como eu? Ou a princesa, o marginal... e te pergunto você não é mais que isso? Com certeza é, mas quem sabe?
Os diretores, professores e colegas continuarão te definindo assim e você vai se sentir mais e mais oprimido e é isso que Hughes consegue exprimir com maestria em todos os seus filmes.

Inclusive Jon Watts o diretor de Spider Man: Homecoming admitiu que está se baseando muito na obra do diretor para criar assim um filme que represente a adolescência nos dias de hoje com um toque de super-heroísmo.
Coisa que fica bem óbvia nessa foto promocional do elenco de Homecoming na San Diego Comic Con 2016.
E vocês adolescentes que estão lendo concordam comigo quando eu digo que somos mal representados? Ou não? Deixem sua opinião! (Olha até rimou).

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