Olá meus queridos dramáticos!
Ao assistir Stranger Things acabei por chegar a uma conclusão terrível.
Quando eu era pequena
sonhava em logo fazer dez anos, porque pelos filmes que eu via era com dez anos
que a sua vida começava, com dez anos você vivia grandes aventuras, ou seja,
ter dez anos era o máximo! Bom eu fiz dez anos depois 11, 12, 13, 14, 15 e
finalmente 16 que é a idade com a qual eu vi Stranger Things.
E por que eu cheguei a uma
conclusão terrível? Porque os protagonistas da série assim como os
protagonistas dos meus filmes favoritos de infância – ET, Goonies, etc. –
tinham entre onze e doze anos, enquanto os irmãos mais velhos, chatos,
irritantes que só servem para atrapalhar as crianças que são as verdadeiras
heroínas tem entre quinze e dezesseis, entenderam agora meu sofrimento? Eu
passei de protagonista para irmã mais velha chata!
Porém ao decorrer da série
fui me sentindo melhor, pois a Nancy – irmã mais velha do protagonista Mike – vai
ganhando cada vez mais destaque e tem inclusive seu arco próprio ao sair
sozinha com o irmão do desaparecido Will atrás do garoto e de sua amiga também
desaparecida Barb. Apesar de que é claro que a inserção de uma aventura própria
de Nancy foi para termos mais um casal, além de Mike e El, que fosse um
pouquinho mais velho, o que me leva a crer que ao decorrer das temporadas não
veremos apenas o crescimento das crianças mas também dos adolescente,
provavelmente veremos Nancy e Jonathan irem para a faculdade, estabelecerem um
relacionamento e etc.
Mas voltando ao tema inicial
o que realmente me preocupa é o fato e todos os adolescentes de filmes serem
retratados de maneira escrota como eu disse lotado de estereótipos, como o
Nerd, a Líder de Torcida, o Atleta.
Tirando algumas poucas
exceções como Harry Potter e Jogos Vorazes creio que o único diretor que
conseguiu captar exatamente a essência do que é ser adolescente foi o falecido
John Hughes que durante os anos 1980 fez filmes emblemáticos como Clube dos 5,
Gatinhas e Gatões, A Garota de Rosa Shocking e o inesquecível Curtindo a Vida
Adoidado. Todos eles apesar de alguns exageros retratam exatamente o que é ser
adolescente, a sensação de que você é marcado na escola no instante que chega
como alguma coisa que você até aceita na hora mas sabe no fundo que é muito
mais que aquilo , isso fica ainda mais claro no monólogo final de O Clube dos
Cinco:
Caro senhor Vernon,
Aceitamos o fato de que nós tivemos que sacrificar um
sábado inteiro na detenção pelo que fizemos de errado... Mas acho que está
louco por nos fazer escrever um redação dizendo o que pensamos de nós mesmos.
Você realmente se importa?
Você nos enxerga como deseja enxergar. Em termos mais
simples e com definições mais convenientes.
Um cérebro...
Um atleta...
Um caso perdido...
Uma princesa...
Um marginal...
Certo?
É assim que nos vemos às 07h00m da manhã de hoje. Estamos
confusos!
- B
E é assim que todos nos vêem
não é? Você por acaso não é rotulado com algum dos estereótipos acima? Por
acaso você é o cérebro como eu? Ou a princesa, o marginal... e te pergunto você
não é mais que isso? Com certeza é, mas quem sabe?
Os diretores, professores e
colegas continuarão te definindo assim e você vai se sentir mais e mais
oprimido e é isso que Hughes consegue exprimir com maestria em todos os seus
filmes.
Inclusive Jon Watts o
diretor de Spider Man: Homecoming admitiu que está se baseando muito na obra do
diretor para criar assim um filme que represente a adolescência nos dias de
hoje com um toque de super-heroísmo.
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